Maio é o mês de conscientização do Transtorno de Personalidade Borderline. A importância dessa data está relacionada desmisticar os vários estigmas que existem a respeito do TPB.
Desequilibrada, egoísta, surtada, manipuladora, irresponsável e problemática são algumas das associações comuns.
Além do fato de, por vezes, ser considerado uma doença intratável, como uma “sentença”.
Essa perspectiva pode ir se dissipando à medida que vamos divulgando informações mais apropriadas sobre o TPB e seus caminhos possíveis de tratamento.
Quais são as características relacionadas à esse transtorno?
Padrão de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos, marcado por muita impulsividade são bem característicos.
É muito presente o medo do abandono real ou imaginado, além de nas relações interpessoais há uma oscilação entre idealização e desvalorização.
Fotografia: Oliver Mayhall
A identidade pode se apresentar difusa, levando a uma instabilidade acentuada na autoimagem e na percepção de si mesmo.
Expliquei as características do TPB nesse vídeo:
A impulsividade pode levar a comportamentos autodestrutivos, muitas vezes associado ao uso excessivo de substâncias, s3xo e até mesmo a comida, entre outros. Esses comportamentos autodestrutivos, muitas vezes, estão associados a uma raiva que é hétero e autodirigida, além disso há presença de um vazio que é crônico.
Nathan Schwartz-Salant no livro A personalidade Limítrofe faz uma crítica ao uso do conceito limítrofe devido sua fácil aplicabilidade para designar qualquer pessoa que não seja prontamente classificável nas categorias psiquiátricas.
Parece que há um momento dos profissionais da saúde em classificar qualquer paciente de difícil manejo em borderline, o que para ele levou essa designação é ser um diagnóstico “cesta de lixo”.
Nessa perspectiva o diagnóstico de “limítrofe” se dá muitas vezes pela negativa, ou seja, após terem se esgotado outras possibilidades de diagnóstico.
Essa discussão me fez lembrar do filme “Garota Interrompida”, que embora ame por uma questão nostálgica, representa de forma muito ruim o TPB vivido pela protagonista.
Claramente o profissional não tem um contato adequado para designar o diagnóstico de TPB. A protagonista é vista pela família como uma “garota problema” que precisa ser eliminada do convívio familiar.
Ela, assim como outras “garotas problemas” - do ponto de vista familiar - precisam ser excluídas, e por isso, têm suas vidas interrompidas.
Indicação de PODCAST
No PODCAST “Fale mais sobre isso” Alvaro Ancona de Faria - Psiquiatra, Analista junguiano pela SBPA e Coordenador do ambulatório de Transtorno Bordeline do PROVE-UNIFESP - fala sobre o transtorno de personalidade borderline.
Fontes: